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A Cidade sem Espaço

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A Cidade sem Espaço (1961)

Badana:

 

É uma impressionante revelacão  de inquieta verdade humana este livro com que Alice Sampaio se apresenta no difuso panorama da nossa  literatura contemporânea. (...)

Epígrafe:

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

 

Manuel Bandeira

 

L’essentiel, par ces temps de misère morale, c’est de créer de l’enthousiasme. Combien de personnes ont lu Homère? Cependant tout le monde en parle. On a créé ainsi la superstition homérique. Une superstition dans ce sens provoque une excitation précieuse. C’est d’enthousiasme que nous avons le plus besoin, nous et les jeunes.

 

Pablo Picasso

Excerto:

A casa de Isabel, num bairro afastado do centro da cidade, com o seu jardim, onde cresciam, ao deus-dará, algumas roseiras, um espinheiro, espesso matagal e uma figueira que dava frutos pretos, era velha e grande .
 
Construída no estilo vulgar da sua época, com o desprezo e abandono dos anos tornou-se notável, de começo sombria, depois risonha, como convém a um casarão que se preze habitado por terrível garotada. Saía do alinhamento citadino, recuada, a esconder as manchas esverdeadas e os pedaços de pano branco pregados nas janelas, em substituição de vidros partidos, tal solteirona envergonhada das suas rugas em presença de rapazes casadoiros. Verdadeiramente, a casa de Isabel, no meio da arquitetura moderna e banal que avançava por todos os lados â sua volta, assemelhava-se mais a uma personagem importante, de casaca rota e botas cambadas, numa recepção de respeitáveis e gordos burgueses.

 

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